A cantora colombiana Shakira será a estrela do festival Mawazine, que nesta sexta-feira (20) inicia sua edição mais polêmica após críticas do Movimento 20 de Fevereiro, responsável pelos protestos pró-democracia no Marrocos.
Os britânicos Joe Cocker e Yusuf Islam --anteriormente conhecido como Cat Stevens--, os americano Kanye West e Lionel Richie, e o malinês Salif Keita são outros artistas que estrelarão o festival até o dia 28 de maio.
No total, serão mais de cem músicos e artistas de rua --procedentes especialmente do Marrocos, Tunísia, Líbano e outros países do mundo árabe-- que durante nove dias encherão de espetáculos os oito palcos instalados nas cidades de Rabat e Salé.
Os jovens do Movimento 20 de Fevereiro, que organizam uma série de protestos a favor de reformas democráticas no país, pediram em carta aberta aos artistas do festival que contribuíssem "para as reformas do Marrocos" renunciando à participação no evento.
Na carta, argumentaram como exemplo que "o orçamento de um Mawazine basta para construir um Museu de Arte Moderna e um Instituto Nacional de Dança, dois pilares de um desenvolvimento cultural genuíno e sustentável". Os jovens também atacaram o presidente da associação que organiza o festival, Mounir Majidi, secretário pessoal do rei Mohammed VI e encarregado de dirigir suas finanças, e o acusaram de ser "um símbolo da corrupção".
Em entrevista à revista "Tel Quel", o diretor artístico do Mawazine, Aziz Daki, tachou os ataques de demagógicos e ressaltou, em alusão ao orçamento milionário do evento, que "cultura custa dinheiro".
O festival parece condenado à polêmica, já que ano passado grupos islamitas quiseram vetar a participação do cantor Elton John, e há dois anos 13 pessoas morreram em uma avalanche humana após um show.
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